Prevalência Crescente: Desafios e Diagnóstico das Doenças Crônicas e Neurodegenerativas, com Enfoque na Demência e na Doença de Alzheimer

Tempo de leitura: 2 Minutos

As doenças crônicas e neurodegenerativas têm se tornado cada vez mais prevalentes, principalmente devido ao envelhecimento da população. Estima-se que existam cerca de 50 milhões de pessoas no mundo com alguma forma de demência e 10 milhões de novos diagnósticos a cada ano.

No Brasil, estima-se que existam cerca de 1,7 milhões de idosos com demência, com uma prevalência de aproximadamente 1.036 a cada 100.000 habitantes.

Demência é definida como uma série de sintomas comportamentais e cognitivos que interferem em habilidades no trabalho e/ou atividades usuais. Essas alterações representam um declínio em relação ao funcionamento prévio do indivíduo e seu desempenho nas atividades. Não são explicadas por quadros agudos e doenças psiquiátricas. A avaliação médica é extremamente importante para definir estes parâmetros, bem como para aplicar os testes cognitivos apropriados para mensurar o grau de acometimento do paciente e quais domínios estão afetados – memória, atenção, capacidades visuoespaciais, etc.

A demência na doença de Alzheimer representa a causa mais comum de demência na população – cerca de 50-60% dos casos. Muitas vezes os sintomas iniciais podem passar despercebidos até mesmo pelos médicos assistentes, ou tomados como parte do envelhecimento normal. Costuma se manifestar inicialmente com a forma chamada típica amnéstica – comprometimento importante da memória logo no início da doença. Esse perfil ocorre em cerca de 85% dos casos. Caracteristicamente, o distúrbio de memória do paciente ocorre na memoria episódica anterógrada, sendo a memoria remota afetada apenas nos estágios avançados da demência. Essa discrepância aparente causa estranheza ao familiar e não raro e razão de desconfiança quando a autenticidade da perda de memória no início do quadro. Com a progressão da doença, a dificuldade para reter e evocar novas informações torna-se mais evidente e inquestionável pelos familiares.

Os sintomas da DA são divididos em cognitivos e não cognitivos, estes comumente denominados de sintomas neuropsiquiátricos. Os principais sintomas cognitivos são perda de memória, distúrbios de linguagem, distúrbios de atenção e funções executivas, desorientação temporal/espacial, distúrbios visuoespaciais e anosognosia (incapacidade de reconhecer os próprios sintomas). Os sintomas neuropsiquiátricos mais comuns são apatia, depressão, agressividade, ansiedade e distúrbios do sono.

➡️ Texto: Dr. Leonardo Brancia Pagnan – Neurologista – CRM 38.024 / RQE 28.538 – Distúrbios do Movimento, Neurologia da Cognição / Transtornos da memória, Toxina botulínica para espasticidade e distonias.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Pular para o conteúdo